terça-feira, 23 de junho de 2015

Novos interesses despertados pela experiência da maternidade


Quando decidi viver a maternidade resolvi me preparar. Então fiz um curso, li alguns livros sobre desenvolvimento infantil, como “encantar” bebês e outros temas e títulos que na época me soaram interessantes. Alguns livros talvez tenha aproveitado duas linhas no máximo. Confesso que fiquei preocupada já que alguns eram títulos de sucesso na área. Me senti um peixe fora d'água até que percebi que não era só um sentimento, mas um fato. Eu ainda não estava vivendo aquela realidade, então as coisas que lia não faziam muito sentido. 

De qualquer forma me dei conta que precisava primeiro viver as experiências com minha filha pra depois encontrar o jeito de cuidar dela. Simples e complexo assim. 

Não quer dizer que não voltei a ler e querer aprender sobre o universo da maternidade. Cada coisa ao seu tempo. E aos poucos retomei o interesse principalmente quando virei mãe em período integral.  

Lembro uma frase que a Kátia disse durante o processo de Coaching que me trouxe muito sentido. Estávamos tentando planejar o que eu iria fazer para me manter atualizada durante a pausa profissional e, imaginava, que aquela conversa terminaria num cronograma para os próximos meses. Algumas questões bem pontuais foram levantadas e priorizadas, mas a principal foi quando a Kátia, de forma muito acolhedora, disse: “Nesse momento tu precisa ser mãe. Muitas profissionais fazem um pausa de até 2 anos para serem mães retornando ao mercado de trabalho de forma tranquila. Acho que é isso que vais fazer neste momento”. 

Esta frase despertou um insight. E de fato foi isso que aconteceu. Em primeiro lugar fui ser mãe em tempo integral. E essa tarefa passou a ser o meu melhor, mais prazeroso e também mais difícil trabalho. 
Sem rotinas profissionais e tendo mais tempo para viver a maternidade meu interesse tem se voltado para as metodologias de aprendizagem infantil. E, trocando experiências com outras mães, nisso incluo a minha própria, e observando os métodos mais usados aqui na Irlanda foi que me aproximei da metodologia montessoriana.   

Não fui buscar um manual de como cuidar e desenvolver minha filha. Realmente isso não existe e, se há títulos neste formato, por vezes são pouco efetivos na prática no meu entendimento. Mas ler sobre o assunto, trocar experiências com outras mães e profissionais e viver as experiências com minha filha ajudam a conhece-la e oferecer à ela o que eu penso ser o melhor em cada momento.  

Meu interesse nesta prática junto com minha filha foi nas ideias propostas para a montagem do quarto, a disposição dos brinquedos e a forma de ensinar e instruir o aprendizado respeitando o tempo e interesse individual. Temos o discurso constante de que cada criança é diferente e tem o seu tempo para se desenvolver. Mas no minuto seguinte estamos preocupados porque uma criança de 1 ano ainda não caminha se a da vizinha caminhou com 9 meses ou porque uma menina de 2 anos ainda fala poucas palavras se a prima tinha um vasto repertório com 1 ano e meio. Confesso que estes temas e tempos já foram preocupações minhas também. É natural, mas talvez seja interessante se questionar no sentido de respeitar um tempo mais real da criança. Dentro de uma situação normal somente ela poderá nos apresentar o seu tempo. 

Não tenho nenhuma pretensão de fazer uma apresentação de toda teoria montessoriana. Nem a sigo à risca, mas através das leituras e, naturalmente da minha formação acadêmica e experiências profissionais, penso que algumas das ideias desta teoria podem inspirar, ou talvez já inspirem, outros espaços além da educação infantil. Tais como o ambiente empresarial e o desenvolvimento de profissionais. No próximo post compartilho estas ideias.

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