sexta-feira, 24 de julho de 2015

Metodologia de educação infantil contribuindo com o mundo do trabalho - Parte II


Muitas personalidades frequentaram escolas montessorianas como: Larry Page e Sergey Brin - Cofundadores do Google, Jeffrey Bezos - Fundador da Amazon.com, Mark Zuckerberg – Cofundador do Facebook, Bill Gates - fundador da Microsoft, Katharine Graham - fundadora/editora do The Washington Post, Gabriel Garcia Marquez - vencedor do prêmio Nobel de Literatura e escritor, Príncipe William e Príncipe Harry - Família real da Inglaterra, T. Berry Brazelton - Pediatra e ator, entre outros. Por isso penso que talvez a metodologia já inspire outros espaços de alguma maneira. 

A médica e educadora Maria Montessori desenvolveu esta metodologia como um modelo educacional. O foco do método está na independência, liberdade com limites e respeito pelo desenvolvimento natural das habilidades físicas, sociais e psicológicas da criança.
Seguem algumas das ideias montessorianas que gostaria de compartilhar pensando no ambiente de trabalho:

Todo o material educativo elaborado para este método deve estar à disposição e ao alcance das crianças para que elas possam fazer a escolha das atividades. O ponto de partida é o interesse e a espontaneidade. E isso possibilita concentração e a oportunidade de que a atividade seja formadora e imaginativa. 

Não há dúvida de quando contamos com o interesse na atividade o profissional tende a estar engajado e apresentar um resultado superior. Há interesse quando o indivíduo tem a liberdade de fazer escolhas dentre o que está sendo disponibilizado à ele. 

Outra questão interessante da metodologia é a forma de instruir e orientar o aprendizado. A partir de um modelo construtivista as crianças aprendem fazendo. Ou seja, primeiro tem o contato com os materiais propostos ao invés de iniciarem com instruções diretas. As intervenções do adulto ocorrem em menor frequência para que a criança tenha a oportunidade de descobrir sozinha. A proposta é estimular e desenvolver um impulso interior que se manifesta no trabalho espontâneo do intelecto.

Mesmo que a criança esteja talvez mais aberta a este tipo de aprendizagem com certeza o adulto ainda pode se desenvolver desta forma. Talvez se, antes do profissional receber uma série de orientações de como deve proceder diante de uma problemática pudesse ter a oportunidade, de experienciá-la a situação poderia trazer uma sensibilização diferenciada e propostas de soluções diferentes e, quem mais efetivas poderiam ser apresentadas. De alguma forma o que estou dizendo é que o próprio profissional pode tentar chegar a boas conclusões do ele pode fazer.   

Dentre as propostas existe uma série de exercícios sensoriais onde os materiais são oferecidos às crianças e elas podem conhece-los nas suas mais diferentes texturas, formatos ou condição líquida (água), por exemplo. A aprendizagem acontece a partir da experiência.
Ainda não é possível mensurar a aprendizagem gerada frente à exposição de uma nova experiência, mas certamente contribui para o profissional apresentar novas possibilidades de performance. Pode ser um novo projeto dentro da empresa, participar de uma problemática de uma equipe diferente da sua, fazer uma viagem ou outras tantas ideias.

A metodologia permite tratar as necessidades individuais de cada criança respeitando seu próprio ritmo. 
Já existem uma série de ferramentas de assessment e muitas empresas utilizam e investem na evolução de gaps individuais. O próprio coaching auxilia esta questão como ponto chave no processo. Com certeza é importante desenvolver a equipe, mas também as partes da equipe que tem seus pontos individuais interferindo no grupo. O fator tempo é tema para longa discussão. Talvez seja ele a principal questão para que alguns profissionais possam oferecer entregas mais interessantes.

Por fim, a metodologia montessoriana propõe-se desenvolver a totalidade da personalidade da criança e não somente as suas capacidades intelectuais. Preocupa-se também com as capacidades de iniciativa, de deliberação, escolhas independentes e os componentes emocionais.

Ou seja, o que Maria Montessori propôs foi trabalhar a criança na sua  complexidade. Outras tantas questões que interferem no seu potencial. Uma criança feliz vai apresentar um jeito de se desenvolver enquanto uma criança deprimida irá apresentar outro. Neste quesito o adulto não é diferente. Ele também possui componentes emocionais que vão interferir no desempenho de suas atividades. Talvez a diferença está na complexidade, no estresse exposto através das pressões no trabalho, nas responsabilidades ou outras realidades do mundo do adulto. 

Estes tópicos embora pensados para o desenvolvimento infantil, podem ser inspirações para pensar o desenvolvimento de adultos no ambiente de trabalho. 

O que Maria Montessori propôs sobre desenvolvimento de adultos? Diretamente, talvez nada, mas de alguma forma esta metodologia me fez relembrar minha vida profissional como consultoria interna e talvez possa inspirar outros profissionais a visitarem outras leituras fora do convencional.

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