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quarta-feira, 22 de junho de 2016

É possível fazer o que gosta?


Quando me deparei com a pergunta: é possível fazer o que gosta? Logo me veio em mente uma ideia romântica. Afinal, fazer o que gosta tende a gerar mais prazer e satisfação. Sentir-se mais livre para fazer escolhas e talvez suas rotinas. Maior respeito à si mesmo e, principalmente, poder escolher uma distância de desconfortos e do que não se aprecia fazer.

Como disse: uma ideia romântica, mas nem só de flores reside a vida de quem decidiu fazer o que gosta. O desafio talvez esteja justamente neste caminho de escolhas, preparação e esforço. 
Também não desejo frustrar esta ideia por completo, mas oferecer um pouco mais de realidade sem perder a beleza e romantismo que há em fazer o que se gosta.

Bom... muito cedo escolhi minha formação acadêmica. Tinha por volta de 14 anos quando decidi fazer psicologia. Nos anos seguintes o caminho percorreu naturalmente até o título de psicóloga. Foram 5 anos e ½ de muito estudo, estágios em diferentes áreas, trabalhos em pesquisas, iniciações científicas, voluntariados, cursos na área fora da universidade...Tudo isso apenas para dar o start na carreira. 

Quando entrei na faculdade imaginava que assim que recebesse o certificado de conclusão estaria pronta para quase todos os desafios da profissão. E a primeira coisa que fiz ao sair do curso foi buscar novos cursos, supervisão e outras tantas ajudas.

Foi num movimento de encantos e desencantos que me dei por conta o quanto de esforço é preciso despender para se fazer o que gosta. Os salários iniciais não foram como imaginava, mas já era mais do que recebia no último 1 ano de voluntariado. Posteriormente as propostas foram melhorando e ficando mais atrativas.   

As dificuldades, na realidade nem imaginava quais eram. Foi preciso me deparar com as primeiras situações, em que me vi como responsável por resolvê-las, para saber que existiam. Cada vivência, desafio e tentativa de solucionar ajudam a amadurecer, aprender e se identificar ou não com o que se está fazendo.    

A vida profissional vive esta dinâmica: sempre em construção. O aprendizado gerado pelas vivências, desafios e estudos são as bases e, ao mesmo tempo, o combustível para criar novos caminhos. E, conforme embarcamos nestes novos caminhos experimentamos algo novo com o que podemos ou não nos identificar.

Buscar clarificar o que se gosta ajuda no planejamento e satisfação do que se quer fazer à longo prazo mantendo a liberdade de que as escolhas podem ser redefinidas. Isso acontece porque ao longo da vida nós mudados, as pessoas ao redor mudam, o mundo muda e as necessidades e identificações passam também por estas mudanças. Então é natural por vezes mudarmos completamente de carreira, de estilo de vida ou de planos para o futuro diferente de gerações passadas que escolhiam uma profissão ou mesmo um emprego para a vida toda. 

Fazer o que gosta pode se apresentar como um caminho belo e romântico, mas exige fazer escolhas, preparar-se e muito esforço. 

Esse caminho começa pelo AUTOCONHECIMENTO, ou seja, quando se aprofunda o conhecimento sobre aspectos da própria personalidade. Qual o seu jeito de pensar, sentir e agir? O que te traz bem estar e o que não te trás? Quais são suas habilidades e gaps? Quais são seus hobbies, gostos diversos, valores, princípios??? 

Nesta etapa pode-se contar com a ajuda de um profissional psicólogo ou Coach, por exemplo, para fazer esta análise ou fazê-la sozinho quando a capacidade de autoanálise está presente.   

É importante CORAGEM para DESAFIAR-SE e EXPERIMENTAR novos caminhos. Em meio a estas experimentações haverá lugar para despertar novas habilidades, idéias e identificação do que se gostou de fazer e do que não se gostou.

Será necessário ATITUDE. Planejamento é bom e necessário, mas não é necessário que seja o tempo perfeito ou o plano perfeito. Afinal, perfeição não existe e se esperar por ela não sairá do lugar.

De qualquer forma não quer dizer que não deva se preparar. Isso deve acontecer antes, durante e depois. Ou seja, sempre. Por tanto reserve um tempo para o que gosta de fazer: ESTUDE, PESQUISE E PRATIQUE.  

Descubra uma forma ter presente na sua vida o que gosta seja na posição de HOBBY ou PROFISSÃO. E respeite o espaço que eles ocupam e o tempo necessário para sair de uma posição para outra.

E por fim, trabalhe sua FRUSTRAÇÃO com relação ao tempo de retorno, seja de reconhecimento ou financeiro. Talvez as coisas com as quais goste de fazer não lhe tragam um retorno financeiro como imagina ou não no tempo que espera e, nesse caso precisará de PACIÊNCIA e um PLANEJAMENTO FINANCEIRO para dar conta deste período.

Estas são algumas das idéias que tem me acompanhado na vida pessoal e profissional, minha pausa para maternidade e novas configurações profissionais que seguem em desenvolvimento constante. 

“A única maneira de fazer um bom trabalho é amando o que você faz. Se você ainda não encontrou, continue procurando. Não se desespere. Assim como no amor, você saberá quando tiver encontrado”. Steve Jobs    

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